Tênis de corrida: Tantas opções, e agora?
Duvido que exista algum corredor que não fique empolgado em testar e comprar um lançamento de um tênis revolucionário que promete reduzir o pace em uma prova. Quem aí não fica de olho nos tênis dos campeões e daqueles atletas que admiramos? Você perde horas se atualizando em canais, revistas e palestras sobre as novas tendências do mercado de tênis de corrida?
Mesmo com tanta influência, atualização, materiais produzidos, diferentes modelos e marcas, lançamentos tentadores, por que ainda temos muitas dificuldades em escolher o tênis mais adequado para aquela distância ou meta específica e aquele que casa perfeitamente com nosso pé e nossas características?
A escolha de um tênis de corrida é sempre complexa e não existe uma regra que pode ser aplicada a todos, para isso alguns pontos precisam ser levados em consideração, como:
Finalidade do calçado:
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Distância: desde uma simples caminhada até ultramaratonas
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Objetivos: Corridas mais lentas ou rápidas, para quebras de recordes pessoais (RPs). Neste caso, um tênis mais leve ou mais robusto para suportar mais o impacto ou responder melhor à aplicação de intensidade (ritmo).
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Tipos de terreno: Asfalto, cascalho, grama, pista, areia batida.
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Esporte: corrida de rua, triathlon, trail running, entre outros.
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Característica do corredor:
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Estrutural: composição corporal, tipo de pisada, comprimento de pernas e tronco.
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Técnica de corrida: passadas mais ou menos frequentes, relações angulares dos principais eixos articulares, amplitude de passada, oscilação vertical.
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Histórico: corredor iniciante ou experiente, histórico de lesões, histórico esportivo…
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Além disso, é importante se ter conhecimento das estruturas que compõem o calçado para determinar se ele é bem construído e atende às suas necessidades, como o contraforte (parte de trás), cabedal (parte frontal e superior), sola (borracha que tem o contato com o solo, entressola (maior responsável pelo amortecimento), a palmilha e a língua.
A dica é levar em consideração todos os pontos para a escolha de um bom calçado como descrito anteriormente e ter claro alguns pontos:
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– Não, necessariamente, o calçado precisa ser caro para ser bom.
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– Em alguns casos opte por modelos de anos anteriores que já foram testados por diferentes usuários e corrigido qualquer problema de má construção.
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– Pesquise diferentes marcas e modelos com características semelhantes.
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– Não se iluda com resultados e tecnologias mágicas, pois estes tênis podem não casar com aqueles pontos levantados anteriormente e, você se frustrará
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– Dificilmente um tênis será a causa de alguma lesão séria, para que isso não aconteça, faça uma adaptação gradual ao novo calçado e experimente alguns modelos antes de adquirir seu novo parceiro de treino.
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– Evite comprar um tênis, simplesmente, perguntando para o amigo qual o modelo preferido, pois o melhor modelo para ele pode não ser para você.
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– Observe o desgaste do calçado para que ele não perca suas características principais e possa, cronicamente, causar dores, calosidades nos pés e lesões. Não existe uma quilometragem ideal para todos, pois cada um possui uma composição de materiais bem peculiares e cada corredor um perfil diferente, neste caso a vida útil varia muito de um tênis para o outro.
Caso seja possível, tenha mais de um calçado e faça um revezamento com eles, para que o material possa retornar à sua forma original (densidade) e consiga secar para evitar proliferação de bactérias e fungos. Cuidado para não revezar calçados muito diferentes um do outro para que o aparelho locomotor possa se adaptar uniformemente, evitando lesões e queda de rendimento.
Mesmo com todas estas orientações, ainda assim podemos errar na escolha do nosso novo tênis, pois o comportamento do mesmo durante os treinos ou provas e seu próprio desgaste pode não atender nossas expectativas e objetivos. Tênis novos e, devidamente escolhidos, agora é só colocá-los para rodar e cruzar as tão sonhadas linhas de chegadas!
Bons treinos e bora pra cima, galera!
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