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Correr na rua ou esteira, qual o melhor?

Por: Rodrigo Lobo - CREF: 051186-G

Você que começou a correr a pouco tempo, ou já tem muitos quilômetros no currículo, nunca teve dúvida sobre qual o melhor local para treino? Existem aqueles que defendem a corrida feita exclusivamente na rua, enquanto outros que preferem a esteira.

Afinal, será que existe uma resposta conclusiva? Onde eu devo treinar?

Ao invés do radicalismo, por que não entender quais as vantagens e desvantagens de cada um deles antes de crucificá-los?  A corrida na esteira pode ser muito bem prescrita algumas vezes na semana para todos os tipos de praticantes, porém, para aqueles que almejam maior rendimento e variação de treinamento, recomenda-se intercalar com treinos na rua.

A esteira é uma ferramenta importante para driblar as adversidades ambientais, como: frio, chuva, baixa umidade, poluição, trânsito. Pode ser usada para delimitar rigorosamente velocidades e distâncias. Ter controle de todos esses fatores é fundamental para a manutenção do treinamento e o desenvolvimento da aptidão física e motora do corredor. A adaptação à esteira pode ser um problema de fácil resolução, através do incremento gradual de tempo e velocidade nas sessões de treinamento.

Escolhendo a rua, o corredor tem a possibilidade de diversificar estímulos mecânicos (subidas, descidas e diferentes terrenos, como grama, terra, asfalto), transferir suas habilidades, ser mais específico para situações de provas, além de se motivar por meio das diferentes paisagens. 

Correr na rua, contudo, requer atenção dobrada, em relação ao trânsito de automóveis, irregularidades do terreno (buracos, calçadas e “guias”), para aqueles que correm com música, isto pode ser muito perigoso dependendo se o local é movimentado. As condições climáticas como alta ou baixa temperatura, poluição pode ser atenuadas com planejamento de horários dos treinos, roupas adequadas, hidratação programada, uso de protetores solar, entre outras medidas. A resistência (tolerância) do corpo frente a estas situações tende a aumentar gradativamente, por isso evite abusos iniciais, para minimizar doenças e desconfortos.

A migração da esteira para a rua é importante, uma vez que aspectos motivacionais estão envolvidos e merecem destaque para os novatos, que têm forte tendência a desistir da prática nos primeiros meses. Além disso, colabora com a especificidade de treinamento (reproduzir situações reais que o corredor pode encontrar pela frente), pois as provas de corrida de rua estão em evidência, acontecem com muita frequência durante o ano e são bem diferentes umas das outras, em se tratando de distâncias, subidas e descidas, condições climáticas. 

O desempenho na corrida pode ser aumentado quando incluídas corridas ao ar livre. O corredor, quando bem orientado, acaba aumentando sua habilidade de manutenção de ritmos, e consegue treinar com maior facilidade os exercícios coordenativos e técnicos, conhecidos como educativos. 

Estudos recentes mostram que não existem diferenças significativas entre a corrida na rua e na esteira, tratando-se da mecânica de movimentos, gasto energético e quantidade de sobrecarga (impacto) que o aparelho locomotor recebe durante a atividade, por isso a rua não deve ser temida e a esteira não precisa ser repudiada pelos corredores.

Saber equilibrar estes treinos é a melhor escolha a se fazer!

Bons treinos e vamos pra cima, galera!